segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A EXCELÊNCIA DO EDUCADOR



    Ser um educador por excelência independe da formação acadêmica ou qualquer outra formação ou até mesmo de qualquer escolaridade. É uma qualidade nata originada na paixão pela transmissão de saberes, vida e vivência; que, independente das barreiras ou entraves, busca sempre privilegiar a melhor instrução para seus alunos. 



        Não se aprende ser um educador por excelência, gerada na paixão, essa qualidade do educador, vai sendo desenvolvida e aperfeiçoada no dia a dia; na curiosidade da ampliação do saber, acadêmico ou não. Para tanto requer observação, curiosidade, criatividade, versatilidade, dedicação, amor, pesquisa e uma formação continuada (atualização constante), pois crê que sempre existe algo novo para ser apreendido. A diferença entre o professor e o educador é que o educador vai além do trivial, do óbvio, do formal; o educador supera limites, quebra paradigmas, não conduz nem é conduzido, caminha junto.

        O educador por excelência cria entre ele e o educando em formação laços de afetividade, cumplicidade, parceria e dedicação permanente. No mesmo tempo que ensina, o educador também aprende, pois é consciente de que é apenas um facilitador do conhecimento, não detentor deste. Por isso erra e assume que errou para não gerar o mito da infalibilidade, mas aprende com seus erros e acertos. O educador por excelência possui estabilidade emocional, pois precisa lidar com o fator erro.


sábado, 19 de maio de 2012

PROCESSOS DIGESTIVOS (PARTE I)


REAÇÃO AOS ALIMENTOS

As pessoas podem ter reações adversas ao consumir alguns alimentos, como as intoxicações e as intolerâncias.

INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

As intoxicações ocorrem pela ingestão de toxinas de várias origens, desde componentes naturais dos alimentos a substâncias a elas adicionadas. Essas toxinas frequentemente causam problemas gastrintestinais.

As mais comuns são as:

lectinas (de leguminosas).
Aflatoxinas (de fungos do amendoim).
As toxinas de peixes.
E as produzidas pela contaminação bacteriana (salmonelas e estafilococos).
Conservantes e aditivos de alimentos industrializados e os agrotóxicos.



CURIOSIDADE: Você sabia ...
Que o ovo não deve ser colocado na porta da geladeira ?



A casca do ovo possui poros para “respiração” do conteúdo de seu interior.
Como geralmente o ovo não é lavado, as bactéria ali contidas se proliferam com temperaturas mais elevadas.
Ao abrir a porta, os alimentos que ali estão sofrem choques de temperatura, favorecendo o desenvolvimento de salmonelas.



INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
As intolerâncias (alergias alimentares) são mais complexas. Essas reações surgem por ingestão de proteínas estranhas que induzem o organismo a produzir imunoglobulinas (IgE) e a liberar histaminas.
As mais comuns são as alergias a leite, ovo, amendoim, nozes, cereais, moluscos e crustáceos.
Também existem intolerância alimentares não alérgicas, que são relacionadas à ingestão de lactose, glutamato e glúten.

INTOLERÂNCIA A LACTOSE
Se dá pela falta de enzima lactase, o que impossibilita a digestão da lactose, provocando dores abdominais e diarréia, devido a destruição das vilosidades da mucosa intestinal.


INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN
( uma proteína muito presente  em cereais, como o trigo a cevada e o centeio) pode provocar fortes reações intestinais, a doença celíaca. Que causa enfraquecimento, diarréia e até problemas neurológicos.


INTOLERÂNCIA AO GLUTAMATO

(uma substância adicionada a temperos muito usados na cozinha oriental) pode levar a manifestações como rubor, desmaio, dor peitoral, asma, forte dor de cabeça etc.

SINTOMAS

Os principais sintomas que indicam reação a alimentos são:
Dermatites,
Eczemas,
Enxaqueca,
Diarréia,
Flatulência (gases),
Cólicas e inflamações.

Portanto, já na infância, assim que se apresentam alguns desses sintomas, é recomendável a procura por especialistas para o diagnóstico e o tratamento adequados, o que inclui também a mudança de hábitos alimentares.

NÃO CONTÉM GLÚTEN

Algumas pessoas sofrem da chamada doença celíaca, decorrente da intolerância ao glúten presente nos alimentos.
O glúten é uma proteína encontrada no trigo, na aveia e na cevada; assim, é encontrado em muitos alimentos industrializados produzidos a partir da farinha desses cereais.
Nos celíacos, a ingestão de alimentos contendo glúten provoca a atrofia das vilosidades da mucosa intestinal, o que causa prejuízo à absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
Os sintomas mais comuns podem ir desde uma simples diarréia até. distenção abdominal,cólicas, gases, náuseas e vômitos  até a perda de peso, fraqueza e anemia, provocando prejuízo no crescimento, alterações no ciclo menstrual, osteoporose...
Em atenção a esses grupos de pessoas, a legislação  brasileira determina que todo alimento industrializado traga em sua embalagem a indicação “contém glúten, não contém glúten”.

GASTRITE E ÚLCERAS

Dois dos problemas mais comuns do sistema digestório são as gastrites e as úlceras, que surgem devido ao desequilíbrio das secreções de ácido clorídrico e pepsina, ambas presente no suco gástrico.

GASTRITE

O estresse, fumo, álcool, temperos fortes, molhos apimentados e até certos medicamentos, como anti inflamatórios e AAS são fatores que podem agravar a erosão da mucosa do estômago de pessoas sensíveis, causando forte irritação e dor característica da gastrite.

ÚLCERAS

Já as úlceras são ferimentos mais profundos e dolorosos que, com frequência, sangram, Nesse caso, a pessoa fica anêmica, suas fezes ficam escuras (sangue digerido), e com aspecto de café retido no coador.
As úlceras, na maioria duodenais,podem perfurar o tubo digestório, e nesse caso, que quase sempre são fatais, pois além de forte hemorragia interna, pode ocorrer infecção do peritônio, membrana que reveste a parede abdominal

Recentemente descobriu-se que uma bactéria, a Helicobacter pylori, está diretamente relacionada aos casos

quinta-feira, 1 de março de 2012

SISTEMA MUSCULAR - 1° BIM 3° ANO CE OLEGÁRIO MARIANO

SISTEMA MUSCULAR


Conceito de Músculos:
São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares.
Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.

a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar.
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sangüíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usada na manutenção da temperatura corporal.

Grupos Musculares:
Em número de nove. São eles:
              a) Cabeça
              b) Pescoço
              c) Tórax
              d) Abdome
              e) Região posterior do tronco
              f) Membros superiores
              g) Membros inferiores
              h) Órgãos dos sentidos
              i) Períneo


Quanto a Situação:
a) Superficiais ou Cutâneos: Estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região hipotenar).
b) Profundos ou Subaponeuróticos: São músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial.

Exemplo: Pronador quadrado.
Quanto à Forma:
Longos: São encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações.

Exemplo: Bíceps braquial.
Curtos: Encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força nem especialização.

Exemplo: Músculos da mão.
largos: Caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e abdome).

Exemplo: Diafragma.

Quanto à Disposição da Fibra:
a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.
b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.

Quanto à Função:
a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos.
b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos.
c) Sinergistas: São aqueles que participam auxiliando e /ou  estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.

Músculos Estriados Esqueléticos: Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.
Músculos Lisos: Localizado nos vasos sangüíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo.
Músculo Estriado Cardíaco: Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – AUTO RITMICIDADE.
a) Ventre Muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa).
b) Tendão é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros.
c) Aponeurose é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques.

d) Bainhas Tendíneas são estruturas que formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão, permitindo-lhe um deslizamento fácil.
e) Bolsas Sinoviais são encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilitam o deslizamento muscular.

O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação, vencendo uma resistência. Ex: Trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça.
b) Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração, freando o movimento. Ex: idem anterior, porém quando recolocamos o livro sobre mesa.
c) Contração Isométrica: servem para estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: idem anterior, porém quando o livro é sustentado em abdução de 90°.


IMC - 1° bim 2° Ano - CE OLEGÀRIO MARIANO

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

CONCEITO

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. Avalia a proporcionalidade entre o peso e altura corporal.

DO QUE É FORMADO O PESO CORPORAL ?

PESO MUSCULAR
PESO DE GORDURA
PESO ÓSSEO
PESO VISCERAL (RESIDUAL)

COMO É CALCULADO?
nO IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, onde a massa está em quilogramas e a altura está em metros.

TABELA DE CLASSIFICAÇÃO
< 20 Magreza
20 – 24,9 Saudável
25,0 – 29,9 Peso em excesso
30,0 – 34,9 Obesidade Grau I
35,0 – 39,9 Obesidade Grau II (severa)
≥ 40,0Obesidade Grau III (mórbida)


DESVANTAGEM DE SUA APLICAÇÃO

Por não levar em consideração a composição corporal, podemos fazer uma errada classificação do que realmente o indivíduo representa.
O IMC deve, portanto, pode ser melhor aplicado em pessoas sedentárias o que demonstraria melhor confiabilidade.

O IMC não é aplicável para crianças, pois precisam de gráficos pediátricos específicos.
Não é aplicável para idosos, para os quais se aplica classificação diferenciada.
Também não se aplica com confiabilidade a grupos étnicos distintos.

VANTAGENS
RÁPIDA APLICAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO RESULTADO.
UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS SIMPLES COMO: FITA MÉTRICA, RÉGUA E BALANÇA.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

AGACHAMENTO

O MITO DOS 90°



 O agachamento é um dos exercícios mais completos que podem ser realizados dentro das academias, pois envolve um elevado número de articulações e músculos, consistindo em um excelente meio de fortalecer a musculatura da coxa, do quadril e outros inúmeros coadjuvantes que atuam na realização do movimento. Estes e outros fatores levam treinadores e atletas do mundo todo a referirem a ele como o "rei dos exercícios". Além disso, sua execução é extremamente funcional, pois usamos esse tipo de movimento constantemente em nossas atividades diárias como, por exemplo, sentar e levantar de uma cadeira ou pegar um objeto no chão. Mesmo assim, ainda há quem o proíba ou restrinja seu uso sem uma explicação plausível, principalmente limitando sua amplitude em 90° de flexão dos joelhos. Jamais devemos esquecer que nossas estruturas musculares e articulares adaptam-se de forma extremamente específica aos movimentos. Por exemplo, indivíduos que utilizam amplitudes muito curtas podem se lesionar em uma atividade cotidiana pelo simples fato de não treinar um determinado ângulo de movimento. Neste sentido, a limitação da amplitude do agachamento, além de reduzir a eficiência do exercício, pode diminuir a funcionalidade em movimentos do dia a dia como, pegar um objeto pesado no chão.
    Este texto trata do verdadeiro agachamento que muitos chamam de agachamento profundo.
 
Joelho

    A tentativa de condenar agachamentos foi iniciada com um estudo militar dos anos 1960, o qual sugeriu danos às estruturas articulares devido à realização deste exercício. Porém o estudo tinha pára-quedistas em sua amostra, uma população exposta a lesões devido à suas atividades diárias, o que não foi levado em consideração.
    Segundo alguns conceitos, o agachamento profundo é perigoso porque ao flexionar o joelho em ângulos maiores que 90° aumenta-se perigosamente a tensão na patela, de modo que este movimento deveria ser abolido. A maioria dos "especialistas", porém, analisa o agachamento pensando somente no quadríceps e se esquecem que na fase profunda do movimento os músculos posteriores da coxa são fortemente ativados ajudando a neutralizar a temida tensão exercida na patela.
     Já foi afirmado em alguns estudos que as estimativas de valores altos da "tensão" em ligamentos e ossos verificados nos agachamentos, eram devidos aos modelos biomecânicos que foram utilizados. Desta forma, deve-se analisar com cautela as pesquisas anteriores a 1998 sobre o tema (ESCAMILA, 1998).
    Um estudo feito por ISEAR et al em 1997 concluiu que durante o agachamento, os isquiotibiais produzem uma força vetorial direcionada para trás, compensando a atuação do quadríceps, em um processo denominado co-contração, que contribui para estabilizar os joelhos durante o movimento. Estudos de curto e longo prazo não verificaram frouxidões, instabilidades ou lesões nos joelhos após a realização de um treino de agachamentos (NEITZE et al, 2000; MEYERS, 1971; PANARIELLO et al, 1994).
    Já em 1971, MEYERS conduziu um estudo de 8 semanas, evolvendo agachamentos profundos e paralelos em diferentes velocidades e verificaram que nenhuma das variações afeta a estabilidade dos joelhos.     PANARIELLO et al em 1994, analisaram os efeitos de um treino de agachamentos na estabilidade dos joelhos de jogadores de futebol americano. Ao final de 21 semanas, não foi detectado nenhum prejuízo na estabilidade dos joelhos. É importante ressaltar que levantadores de peso, tanto olímpicos quanto basistas, realizam agachamentos com amplitude completa e sobrecargas elevadíssimas e possuem os joelhos mais estáveis que a grande maioria dos indivíduos (CHANDLER et al 1989).
    Em 1961, KLEIN afirma que o agachamento profundo afetaria negativamente a estabilidade dos joelhos. Porém, para chegar a esta conclusão o autor analisou diferentes grupos de atletas e depois procurou dar suporte às suas conclusões através de análises cadavéricas. Segundo o autor, os ligamentos colaterais ficam expostos a tensão excessiva durante o agachamento profundo, além de ocorrer uma rotação natural do fêmur sobre a tíbia que poderia causar compressão dos meniscos, relato também usado por RASCH para condenar o agachamento profundo. Porém a significância destes fatos e sua ocorrência não foram verificadas in vivo.

Ligamento cruzado anterior

    Em pesquisa realizada por YACK et al 1993 concluiu-se que o agachamento minimiza a tendência de deslocamento anterior da tíbia, sendo mais indicado, em comparação com a mesa extensora diante de lesões no ligamento cruzado anterior.

    Diversos autores também corroboram com essa afirmação, é o caso de um estudo feito por MORE et al (1993) no qual, se concluiu que os isquiostibiais atuam sinergisticamente com o ligamento cruzado anterior na estabilização anterior do joelho durante a realização do agachamento, o que levou os autores a considerarem esse exercício útil na reabilitação de lesões no ligamento cruzado anterior. De acordo com ESCAMILLA (2001) o agachamento produz menor tensão nesta estrutura que atividades consideradas seguras, como a caminhada. Durante o agachamento, a tensão no ligamento cruzado anterior só é significativa entre 0 e 60° de flexão, sendo que seu pico mal atinge ¼ da capacidade deste ligamento resistir a tensão (+/- 2000 N), mesmo com cargas superiores a 200 quilos (NISSEL & EKHOLM, 1986).

Ligamento cruzado posterior

    MACLEAN et al em 1999 analisaram dois grupos: um composto por indivíduos sedentários saudáveis, e outro por atletas lesionados no ligamento cruzado posterior. O objetivo foi verificar se um treino de agachamento era eficaz na melhora da função, ganho de força e sintomatologia (no caso dos indivíduos com lesão). Depois de 12 semanas, observou-se aumento de funcionalidade no grupo lesionado, concluindo que o treinamento de agachamento é viável para reabilitar insuficiências crônicas do ligamento cruzado posterior. Dificilmente será imposta ao ligamento cruzado posterior uma tensão maior que sua capacidade, tendo em vista que mesmo ao realizarmos agachamentos profundos com mais de 380 quilos, não se chega nem a 50% de sua capacidade de suportar tensão (RACE & AMIS, 1994).

Patela

    Em 2000 WITVROUW et al compararam a eficiência dos exercícios de cadeia cinética fechada (agachamento) com os de cadeia cinética aberta (extensora de perna) no tratamento de dores patelofemorais. De acordo com os dados, apesar de ambos os protocolos serem eficientes, os melhores resultados foram proporcionados pelos exercícios de cadeia cinética fechada. A tração do tendão patelar chega a 6000N em 130° de flexão de joelhos com um agachamento de 250 quilos (NISSEL & EKHOLM, 1986), cerca de 50% do valor máximo estimado para esta estrutura, que varia de 10000 a 15000 N (ESCAMILLA 2001).

Forças compressivas

    As forças compressivas chegam próximas a 8000 N durante o agachamento com cargas elevadas (250 a 382,50 kg), sendo praticamente a mesma nos ângulos entre 60 a 130 de flexão de joelhos (NISSEL & EKHOLM, 1986), porém ainda não foi estudado um valor limite. Deve-se lembrar, no entanto, que da mesma forma que a compressão excessiva pode ser lesiva para meniscos e cartilagens, elas têm um papel importante na estabilidade dos joelhos (NISSEL & ELKHOLM, 1986; MARKOLF et al, 1981; SHOEMAKER & MARKOLF, 1985; YACK et al, 1994. ZHENG et al, 1998, verificaram o pico de força compressiva patelofemoral no agachamento, cerca de 3134 N, no leg press, 3155 N e na extensão 3285 N, não havendo diferença estatística entre os exercícios. Os autores alertaram que estudos anteriores superestimavam as forças compressivas patelofemorais por não levar em conta a co-ativação dos antagonistas, e a curva de comprimento-tensão.

Considerações finais

    As forças tensionais e compressivas desse tipo de exercício estão totalmente dentro de nossas capacidades fisiológicas e articulares. Se durante os treinos forem respeitados os fundamentos científicos que norteiam o treinamento de força com ênfase na técnica perfeita de execução, com certeza certamente as estruturas ósseas e articulares estarão sendo preparadas para isso. - Não podemos generalizar e deixar que todos os indivíduos realizem a prática indiscriminada de agachamentos. Em casos de lesões o ideal é fazer um tratamento no qual, profissionais de ortopedia e educação física trabalhem juntos analisando cada caso.- Para realização do movimento completo (agachar mais profundo), é inevitável que se use uma menor quantidade de peso (sobrecarga absoluta), sendo assim, por mais que haja maior tensão nas estruturas do joelho e coluna para a mesma carga, deve-se perguntar até que ponto isto é significativo em relação à sobrecarga utilizada e, principalmente, em relação ao trabalho da musculatura da coxa e quadril?     Devemos ter em mente que, quando se agacha com amplitude limitada, se usa cargas bem mais altas, o que pode levar a um aumento ainda maior das forças tensionais e compressivas.- A amplitude do agachamento é muito importante, pois conforme se aumenta à flexão do joelho "profundidade" aumentam-se as ações musculares. O que não pode acontecer é o individuo, durante a fase excêntrica (principalmente quando o ângulo começa a ficar menor que 90 graus), deixar o movimento "despencar", pois, desta forma, as tensões que deveriam estar sobre a musculatura, irão se incidir nas estruturas articulares do joelho (ESCAMILA et al, 2001). –
    Parece que o ângulo de 90 graus, sugerido por diversos autores e treinadores, foi criado pela imaginação destas pessoas. Uma vez que grande parte dos estudos e recomendações limitando o movimento, se referem ao "agachamento paralelo" que é realizado até que as coxas fiquem paralelas ao solo, o que gera amplitudes maiores que 90 graus de flexão dos joelhos. Portanto, não se fixe a este ângulo! - Aumento no torque, tensão e força não significa que este exercício necessariamente seja perigoso ao joelho, mas sim, que esses parâmetros aumentaram, e só.
    As análises feitas com agachamentos profundos, pelo que consta, não demonstram nenhum prejuízo para o joelho. As lesões geralmente são causadas pela combinação de 4 variáveis: volumes altos, excesso de peso, overtraining e técnica inapropriada. Com treinos progressivos e inteligentes, o agachamento profundo certamente é seguro e eficiente.

Autores:
Elke Oliveira & Paulo Gentil.

Referencias Bibliográficas
1. CHANDLER TJ, WILSON GD, STONE MH The effect of the squat exercise on knee stability. Med Sci Sports Exerc 1989 Jun;21(3):299-3032. ESCAMILLA RF, FLEISIG GS, ZHENG N, BARRENTINE SW, WILK KE, ANDREWS JR Biomechanics of the knee during closed kinetic chain and open kinetic chain exercises. Med Sci Sports Exerc 1998 Apr;30(4):556-69 3. ESCAMILLA RF. Knee biomechanics of the dynamic squat exercise Med Sci Sports Exerc 2001 Jan; 33(1):127-41 4. ISEAR JA, ERICKSON JC, WORRELL TW. EMG analysis of lower extremity muscle recruitment patterns during an unloaded squat. Med Sci Sports Exerc 1997Apr;29(4):532-9 5. KLEIN KK. The deep squat exercise as utilizaed in weight training for athletes and its effectos on the ligaments of the knee. JAPMR 15(1):6-11, 1961. 6. MACLEAN CL, TAUNTON JE, CLEMENT DB, REGAN WD, STANISH WD. Eccentric kinetic chain exercise as a conservative means of functionally rehabilitating chronic isolated insufficiency of the posterior cruciate ligament. Clin J Sport Med 1999 Jul;9(3):142-50 7. MARKOLF KL, BARGAR WL, SHOEMAKER SC, AMSTURZ HC. The role of joint load in knee stability. J bone Joint Surg 63:570-585, 1981. 8. MEYERS EJ. Effect of selected exercise variables on ligament stability o fthe knee Res Q 49:411-422, 1971 9. MORE RC, KARRAS B, NEIMAN R, FRITSCHY D, WOO S & DANIEL D Hamstrings-an anterior cruciate ligament protagonist. An in vitro study. Am J Sports Med 1993 Mar-Apr; 21(2): 231-7 10. NEITZEL, J.A., & DAVIES, G.J. The Benefits and Controversy of the Parallel Squat in Strength Traing and Rehabilitation. "Strength and Conditioning Journal". Vol 22(3):30-37,2000 11. NISSEL R, & EKHOLM J. Joint load during the paralel squat in powerlifting and force analysis of in vivo bilateral quadríceps tendon rupture. Scand J Sports Sci, 8(2):63-70, 1986. 12. PANARIELLO RA, BACKUS SI, PARKER JW. The effect of the squat exercise on anterior-posterior knee translation in professional football players. Am J Sports Med 1994 Nov-Dec;22(6):768-73 Sports Medicine, Performance, and Research Center, Hospital for Special Surgery, New York, NY 10021 13. RACE A & AMIS AA. The mechanical properties of the two bundles of the human posterior cruciate ligament. J Biomech 27:13-24, 1994. 14. RASCH PJ Cinesiologia e Anatomia Aplicada. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 1989 15. SHOEMAKER SC & MARKOLF KL. Effects of joint load on the sriffness and laxity of ligamen-deficient knees: an in vitro study of the anterior cruciate and medial collateral ligaments. J Bone Jont Surg 67:136-146, 1985. 16. WITVROUW E, LYSENS R, BELLEMANS J, PEERS K, VANDERSTRAETEN G. Open Versus Closed Kinetic Chain Exercises for Patellofemoral Pain. A Prospective Randomized Study American Journal of sports and Medicine Volume 28, Number 5, September/October 2000 17. YACK HJ, COLLINS CE, WHIELDON TJ. Comparison of closed and open kinetic chain exercise in the anterior cruciate ligament-deficient knee. Am J Sports Med 1993 Jan-Feb;21(1):49-54 18. YACK HJ, WASHCO LA, WHIELDON T. Compressive forces as a limiting factor of antgerior tibial translation in the ACL-deficient knee. Clin J Sports Med 4:233-239, 1994. 19. ZHENG N, FLEISIG GS, ESCAMILLA RF, BARRENTINE SW. An analytical model of the knee for estimation of internal forces during exercise. Journal of Biomechanics 31 (1998) 963-967

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SOMATOTIPO


A musculação é hoje em dia um dos meios de prevenir doenças crônico-degenerativas e manter uma vida ativa. Exercícios de resistência ajudam a modificar favoravelmente a
Composição corporal e proporcionar o aumento da massa muscular.

Mas nem todas as pessoas terão a mesma facilidade para perder peso ou aumentar o volume muscular em função de suas características físicas (genética).
Como saber então o tipo físico de cada pessoa para identificar se existe facilidade ou não para chegar ao objetivo estético almejado?


Segundo (MARINS, 2003) O somatotipo é uma técnica de classificação corporal.

Sheldon, dividiu a estrutura física do ser humano em três condições diferenciadas:

Endomorfia (adiposidade),
Mesomorfia (muscularidade)
 Ectomorfia (magreza)

A partir do trabalho de Sheldon, Heath & Carter desenvolveram um modelo para avaliação do somatótipo, que pode ser empregado tanto em homens quanto em mulheres.

IMC


 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal, ou seja, Avalia a proporcionalidade entre o peso e altura corporal.
        O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, onde a massa corporal está em quilogramas e a altura está em metros.
PESO CORPORAL:

Não fique preocupado se o peso corporal oscilar durante o dia: Após ingerir alimentos ou líquidos o peso se eleva; ao transpirar ou realizar atividades físicas o peso cai em função da perda de líquidos corporais.

O peso ou massa corporal é formado por inúmeros órgãos, tecidos e resíduos, mas para melhor compreensão fica formalizado o seguinte:

Peso corporal é a soma de: PESO MUSCULAR + PESO DE GORDURA + PESO ÓSSEO + PESO VISCERAL (RESIDUAL).

IMC
=
PESO


ALTURA²

        EX. Um Jovem adulto de 23 anos, entrou na farmácia e subiu na balança para verificar seu peso. Espantado ele ficou, quando viu que a máquina marcava 55 Kg. Sabendo que sua altura é 1,81 m, decidiu mudar seus hábitos alimentares e se matricular na academia Point PARA GANHAR MASSA MUSCULAR.
 Fazendo o cálculo do IMC descobrimos o motivo de seu espanto.

IMC= 55/1,81 x 1,81 
IMC= 55/3,27 
IMC= 16,81 Kg/m²

De acordo com a tabela de classificação este jovem está no estado de Magreza.

Tabela

< 20 - Magreza
20 a 24,99 - Saudável
25,0 – 29,99 - Peso em excesso
30,0 – 34,99 - Obesidade Grau I
35,0 – 39,99 - Obesidade Grau II (severa)
≥ 40,0 - Obesidade Grau III (mórbida)


VANTAGENS DE APLICAÇÃO

1.    Rápida aplicação e diagnóstico do resultado.
2.    Utilização de materiais simples como: fita métrica, régua e balança.

DESVANTAGEM DE SUA APLICAÇÃO

        Por não levar em consideração a composição corporal, podemos fazer uma errada classificação do que realmente o indivíduo representa.

        O IMC deve, portanto, ser aplicado em pessoas sedentárias o que demonstraria melhor confiabilidade.

        O IMC também não é aplicável para crianças, pois precisa de gráficos específicos.

        Não é aplicável para idosos, para os quais se aplica classificação diferenciada.
        Também não se aplica com confiabilidade aem determinados grupos étnicos.